quinta-feira, dezembro 30

Era ele e era ela

Era um dia calmo, fazia frio e calor. A temperatura variava de acordo com o teor alcoólico dele. Um dia feliz e uma noite solitária. A solidão o fazia lembrar-se do frio, mas isso não importava tanto, já que estava feliz. A falsa idéia de liberdade naqueles dias em que tinha a casa só para si encantava-o. Durante a madrugada e a sua solitude refletia sobre a vida, sobre os amigos e as vontades que costumava sentir.
Entretanto, logo deixou de ser sozinho e pôde abrir-se com ela, ela que ele começara a admirar e que sabia mais de sua vida do que muitos que há tanto conviviam com ele. Conversavam e confessavam coisas um para o outro, acreditavam na veracidade das palavras e dos gestos.
Ele falava sobre ela e vice-versa. Mostravam que se conheciam mais do que sempre pareceu. Liam um ao outro, provando que é fácil fazer isso quando realmente reparamos e valorizamos os demais. Exploravam a maravilha que eram.
Ambos se escondiam em mascaras, sentiam medo e não largavam o porto seguro, eram orgulhosos demais para admitir e se protegiam em casulos, moradia esta que se intensificava e quanto mais o tempo passava, mais difícil era o desapego do covarde abrigo improvisado.
“- Azuis com rosa parece legal.” Dizia ela. Ele concordava com um sorriso no rosto, era bom dividir com alguém! Ah, era ótimo poder contar tudo a alguém! Realmente adorava pessoas que perguntavam sem receio, perguntavam o que queriam saber. E ele adorava a objetividade existente nela. Como gostava! Ao mesmo tempo ele clamava: “- Brilhe! Você pode, e sinto que quer mais do que isso!” E como ela queria, ah se queria!
Ela despertava nele a vontade de ser quem realmente era, e em contrapartida ele tentava fazê-la admitir seus próprios valores acreditando na magnitude que ela sempre demonstrou ter. E que realmente tinha! Ele sabia que ela tinha! Confidentes e amigos. Sentiam falta um do outro e lamentavam a distancia.
A dualidade nos sentimentos fazia parte deles. Amavam, sofriam e sentiam a falta de carinho, de andar de mãos dadas e de demonstrações publicas de afeto. Dois bobos que sorriam fácil com as coisas tolas, mas que eram capazes de lhes arrancavam os mais sinceros sorrisos.
Era ele e era ela: cúmplices e confidentes da madrugada. Por fim adormeceram, ele sorria e ela... Bem, sobre ela, ele nunca saberia.

11 comentários:

Fer. disse...

Poxa que foda, adorei... você escreve bem Alê ^^
;)

Kênnia Méleus disse...

ótimos textos, excelente blog.
Abraço.

Luciana Amancio disse...

"Ela despertava nele a vontade de ser quem realmente era, e em contrapartida ele tentava fazê-la admitir seus próprios valores acreditando na magnitude que ela sempre demonstrou ter. E que realmente tinha! Ele sabia que ela tinha!" Nossa Ale.. muito bom seu texto, arrasou novamenete, sua sensibilidade para escrever é muito boa.. PARABÉNS =)

Unknown disse...

Simples e encantador. Seus contos estão indo muito bem, estão ótimos e fascinantes! *-*
Beijos, Alê
Eles dois me lembraram uma cena da minha vida.

ValterSalvador disse...

viuji ta virando poeta o menino eita poetero ehaehuehe

brinks ta massa velho mto bom os contos ^^

contine assim e parabéns ;)

Maria Nanda Lima disse...

Tá... esse foi... sem palavras, vida *.* Fazer comentário técnido ficou até dificil.. adorei a expressão Amigos e Confidentes... acho uma perfeita combinação... lembra-me muito alguém. Adorei, esse é mais abstrato, falando muito mais de sentimentos do que ações... uma dissertação sobre amor... E agora através dos seus contos... quem sabe não aprendo a ser romântica, né, vida? Prometeu me ensinar.... Bjos...

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Alê ... Caraleooooo!!!!!

Não sei se choro, se só admiro ou se apenas brilhooooo....

Obrigada por vc existir na minha vidaaaaaaaa!!!!!

bjs da Marcatto

Unknown disse...

Alê! Estou respondendo os comentários do conto anterior xD
Super imenso! Mas enfim.
Ah, fico feliz por ter gostado do meu conto! Sempre fico irradiante por pessoas como você ter sentido o que eu queria transpassar com ele; Sim sim, quero que as pessoas sintam e pensem! Obrigada Alê, Ah, tem questionário pra você no meu blog.

Se não achar me pergunta no msn. ;*

Anônimo disse...

Ta vendo alê? não sei porque você não tinha tentado escrever contos antes, você é ótimo nisso cara. Lindíssimos, ambos! Parabéns (:

Nath disse...

Adorei o texto,parabéns!
Tem selo pra vc lá no meu blog, depois dá uma passada
Bjos ;*